O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro / RJ e o seu símbolo artístico para a América Latina

O MAM Rio de Janeiro lançou luz aos grandes artistas modernos e contemporâneos dos últimos tempos e é, até hoje, um dos mais importantes institutos culturais do Brasil. Possuindo uma localização privilegiada, integrada à paisagem da Praia do Flamengo e próximo a Baía de Guanabara, a instituição está no coração cultural da capital carioca. Ele agrega um dos acervos mais importantes de toda América Latina, com coleções de arte contemporânea e moderna, contando com obras nacionais e internacionais. O museu é marcado por movimentos que fizeram diferença em todo país, abrangendo expressões artísticas e culturais importantes.

A história da fundação inicia em 1948, a princípio localizada no edifício do Banco Boavista. E é somente em 1952 que o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inicia a construção do seu centro definitivo com o projeto arquitetônico elaborado por Affonso Eduardo Reidy e os entornos do edifício com a assinatura do paisagista Roberto Burle Marx. O prédio possui três edificações: o Bloco de Exposições, o Auditório e o Bloco Escola. A arquitetura da instituição segue a corrente racionalista, com elementos de limpeza e praticidade das formas. O edifício agrega componentes de estruturas vazadas e aparentes, o que traz uma ideia de clareza muito própria do movimento racionalista. Affonso E. Reidy colocou em prática estratégias que permitem a inserção perfeita do entorno do museu, permitindo uma contemplação total da paisagem da Baía de Guanabara. Após três décadas da sua inauguração, foi criado o Auditório, onde é possível acompanhar apresentações e conferências de artistas famosos.

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - Halley Pacheco de Oliveira, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

Mesmo com o grande incêndio sofrido em 8 de julho de 1978, o qual destruiu praticamente 50% do acervo bibliográfico, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro não perdeu sua referência cultural e artística. O trágico acidente abalou o meio artístico e cultural do país, mas não fez com que o museu fechasse completamente as portas. A reconstrução do edifício foi iniciada no mesmo ano e reabertura em dezembro de 1979, um ano após o incêndio. Algumas das obras prejudicadas no acidente de 1978 chegaram a ser recuperadas e estão até hoje no edifício. Apesar de serem afetadas obras de grande valor histórico para sociedade, o MAM Rio de Janeiro ainda conta com importantes artistas da época.

O seu acervo cultural engloba obras de artistas internacionais e nacionais de grande renome para a arte moderna e contemporânea, incluindo pinturas, fotografias, esculturas, performances, desenhos e muito mais. O grande patrimônio do MAM Rio de Janeiro foi formado por doações de artistas, empresários e colecionadores. Um dos mais importantes movimentos iniciados no museu foi a mostra Nova Objetividade, onde Hélio Oiticica apresentou ao mundo sua obra “Tropicália”, que se tornou símbolo de um grande movimento de ruptura artística no país, o Movimento Tropicalista. Além dessa significativa contribuição, o Museu de Arte Moderno do Rio de Janeiro conta com um acervo com as mais importantes obras do século XX. Entre os anos de 1993 a 2002, as doações de grandes colecionadores particulares, incluindo cerca de 4 mil obras de Gilberto Chateaubriand, com telas de Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Di Cavalcanti e etc, agregou aquisições importantíssimas. Outros grandes artistas estão presentes no museu, como Andy Waehol, Anita Malfatti, Cícero Dias, Constantin Brancusi, entre outros.

Interiores do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Interiores do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - Halley Pacheco de Oliveira, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

A arte cria signos culturais através das diversas formas de expressão, e o objetivo dos museus sempre foi dar luz ao futuro sem esquecer do passado, criando vínculo entre o esquecimento e a memória. O MAM Rio de Janeiro estimula a criação de espaços e inspirações para novas tecnologias e ideias, seguindo o tripé cultura, arte e educação. O espaço rompe com o ideal conservador de galerias fechadas, o ambiente é completo e inclui uma programação característica de um “museu vivo”, contando com restaurantes, cinemateca, lojas, salas de exposições e grandes eventos culturais, como obras teatrais, intervenções artísticas etc. A visitação é gratuita e está aberta para todas as idades, quintas e sextas-feiras das 13h às 18h e aos sábados e domingos das 10h às 18h. É possível apoiar os projetos por contribuição voluntária (sugestão de R$20,00 a adultos e R$10,00 a crianças, estudantes e idosos acima de 60 anos). Através do site oficial é possível encontrar informações sobre as obras, além de poder solicitar, de forma gratuita, imagens em alta resolução.

O Museu de Arte Moderno do Rio de Janeiro é definitivamente ícone da arquitetura moderna e palco de grande relevância brasileira, por esse motivo, merece toda admiração pelo seu simbolismo artístico e cultural.